terça-feira, 9 de dezembro de 2008


Aqualung

Sentado em um banco no parque
Espiando as garotinhas com segundas intenções
Meleca escorrendo pelo seu nariz
Dedos engordurados lambuzando as roupas velhas
Secando no sol frio
Observando enquanto as calcinhas de rufos correm
Se sentindo como um pato morto
Cuspindo pedaços da sua sorte arruinada

Sol com raios frios
Um velho que perambula solitário
Passando o tempo
O único meio que ele conhece
A perna dói tanto
Enquanto se agacha para pegar um resto de lanche
Ele vai até o pântano
E esquenta seus pés

Sentindo-se sozinho
O exército está pronto para a cavalgada
Salvação à la estilo e uma xícara de chá
Aqualung meu amigo
Não comece a ficar preocupado
Você pobre velho sodomita, veja, sou apenas eu
Você ainda se recorda
A geada nebulosa de dezembro
Quando o gelo que
Agarra em sua barba
Grita de agonia
E você apanha seus últimos suspiros sacolejando
Com sons de mergulhador do fundo do mar
E as flores florescem como a
Loucura na primavera